quarta-feira, junho 15, 2005

Alegria, tristeza, depois mais tristeza

Pela terceira vez, retomando o blog. Não deu pra continuar com o blog antigo por mera incompetência do UOL, mas whatever. Dessa vez espero escrever mais e com mais freqüência. Enfim, vamos ao que interessa.

Bom, no início de abril conheci um cara pelo qual rapidamente me apaixonei. Era uma época em que eu ainda estava sofrendo por causa de uma pessoa (que não vale a pena ficar mencionando aqui, mesmo porque eu já nem tenho mais contato com ele), e em muito pouco tempo ele me fez esquecer a fossa em que eu me encontrava, os problemas que eu ainda tinha. Estava cansada dessa brincadeira de só “ficar” e ter meus sentimentos sendo pisados o tempo todo, sofrendo por quem decididamente não valia a pena. Queria realmente alguém a quem eu pudesse me ligar, e que me levasse a sério. Naquele momento essa pessoa que eu conheci superou todas as minhas expectativas. Me deu atenção, me deu carinho, me deu alegria, me apresentou pessoas, me falava as coisas que queria ouvir.

Como era de se esperar, eu comecei a sentir um amor absurdo por ele. Ele resumia tudo o que havia de melhor na vida, era uma pessoa que tinha muito em comum comigo, que me entendia (na maioria das vezes). Até o momento, era a melhor coisa que já tinha acontecido a mim durante o ano. Uma pessoa que apareceu inesperadamente, sem que eu exatamente procurasse, e que em pouco tempo fez com que eu passasse da fossa a um período de muita felicidade.

Final de maio. Nancy, minha cachorra de quase 14 anos, comigo desde que eu era criança, começa a vomitar. No dia seguinte, a levamos à veterinária. Passo a manhã com ela enquanto ela toma soro. Trazemos de volta pra casa. Nenhuma melhora, nada, nada, nada. De madrugada estou no computador, ela deitada ao meu lado. Ela começa a se debater, eu tento massageá-la, me desespero. Choro. Chamo a minha mãe, minha irmã. Mais tentativas, e nada, nada.

Morreu.

E eu ajudo a embalar o corpo. Ajudo a colocar no carrinho. Ajudo a levar pra rua. A madrugada é fria e eu perdi minha companheira. Perdi minha irmãzinha querida, que me acordava todos os dias, que me fazia festas. Morreu.

Meados de junho. A pessoa que eu tanto amava me diz que acabou. Mais uma vez eu choro. Mais uma vez o vazio. Mais uma vez o mundo cai. Eu achava que viveríamos juntos someday, que teríamos nossos filhos, que construiríamos muita coisa juntos. Acabou. Ele vem aqui, e pede pra que eu fale alguma coisa. O que há pra dizer? Eu me desespero. E choro mais uma vez. Me humilho e mais uma vez digo que o amo. Ele não gosta que eu chore. Ele dorme. Ainda há o cheiro dele na minha cama, e ainda há muito dele dentro de mim. Eu choro porque o amo.

Acabou.

Eu sei que ainda vou sofrer muito. Não sei por quanto tempo. Semanas, meses. Não sei. Estou mal. Poderia estar pior? Sim. Mas é um daqueles momentos que a gente descobre que tem amigos verdadeiros que agüentam a nossa choradeira, que ficam ouvindo a gente contar a mesma história duas, três, quatro vezes. Que respeitam a nossa tristeza, mas tentam fazer a gente rir anyway. E eu me sinto grata por ver que ainda tenho desses (ainda que poucos) amigos. Eu os amo, do fundo do meu coração. É um daqueles momentos que a gente vê que a vida ainda vale a pena.

Estou chorando, quero dormir e não consigo. Eu amo e choro. Eu lembro de momentos que não vão voltar. Mas eu tenho amigos. E eu os amo.

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